quinta-feira, 13 de março de 2008

Vontade do coração

Se eu pudesse arrancar este coração que bate forte
quando chegasse a hora da partida
Eu o entregaria a este poeta
para que pudesse guarda-lo junto a si
pela a eternidade
E então viveria sem sentimentos
até que pudesse estar uma vez mais com esse poeta
quando teria de volta meu coração
e sentiria ele bater forte uma vez mais
só porque estou com você

terça-feira, 11 de março de 2008

Canção de Ninar 1

Cuidar, policiar
Julgar quando for preciso
Punir quando necessário
Em nossa garganta
Todas as outras vozes esquecidas
Se tornam brados
Vozes de autoridade
Voz de prisão

Aquietem-se, escondam-se
ou lamentem-se
Nomes preferências
Para a pena máxima
Nas páginas rasgadas
De nosso dia-a-dia

Sem culpa
Sem perdão
Sem volta para os nomes
Que no inferno apodrecerão

Em nossas vozes
O vosso julgamento
Em nossas mãos
A punição
Os palhaços que perderam
A alegria
Demandam retribuição

quarta-feira, 5 de março de 2008

Resposta do Desafio

O que procuro
Quando volto os olhos para o céu
Com o coração vazio?

Quanto tempo se passou
Desde que eu sentei à sombra
De minhas dúvidas?

Estava perdido em pensamentos, já com uma expressão abatida, os cabelos desgrenhados e a barba por fazer. E nem notava nada na velha estrada onde estava sentado a incontáveis dias.

- Pensava que este caminho não levasse a lugar algum e que era uma rota velha demais para ser utilizada por qualquer outra pessoa.

Observava o ser que estava diante dos meus olhos. Sabia que não o conhecia, mas sentia que não precisava sentir medo, ainda que aquele estranho sujeito estivesse de roupas negras e com a face oculta sob um capuz.

- Um desafio?

Aquele ser não respondeu a minha pergunta e se abaixou a minha frente abrindo um livro. Era um livro feio e esquisito, mas antes que eu pudesse dizer algo, o ser que antes tinha uma voz tão comum, falou de maneira melodiosa.

“- Este livro trás um desafio de alguém que gosta de suas palavras. Pode recusar, não se importe com a longa jornada que fiz para achá-lo”.

Ao ouvir as palavras daquele mensageiro, sorri levemente e debrucei-me sobre o livro.

- Meu corpo criou raiz neste chão. Não posso acreditar que me esqueci neste pesadelo.

Só ao observar bem o livro tive noção real de onde estava, mas apenas sorri pelo fato de ter reconhecido a pessoa que me lançava um estranho desafio, que aos meus olhos, inicialmente estava parecendo uma divertida brincadeira.

- Lendo este livro responderei ao desafio palavras que não serão escritas por mim, mas cantadas daqui para os ventos que irão lhe sussurrar juntinho ao ouvido. Só assim estas palavras ficarão gravadas no livro, quando tua emoção por ouvir-me, fizer teu coração bater mais forte.

Assim comecei o desafio, que eram algumas perguntas que pareciam fáceis demais, mas que na verdade me fizeram pensar bastante. Tudo começava com “Se eu fosse...”.

Se eu fosse um mês, seria um mês que houvesse férias. Divertiria-me e descansaria com o meu amor.

Se eu fosse um dia da semana, seria qualquer um que fosse tranqüilo.

Se eu fosse um número, seria o ZERO e sempre estaria a direita daqueles que amo. Assim eu os elevaria.

Se eu fosse um planeta, seria um pequenino como o que habitava O Pequeno Príncipe. Proporcionaria Sol nascente e poente a gosto.

Se eu fosse uma direção, seria aquela que aponta para o crescimento, sem desviar das batalhas que precisam ser vencidas.

Se eu fosse um móvel, seria uma confortável e luxuosa cama a embalar o sono dos amantes.

Se eu fosse um líquido, seria a água que cai do céu.

Se eu fosse um pecado, seria leve e prazeroso.

Se eu fosse uma pedra, seria um amuleto da sorte.

Se eu fosse um metal, seria um num belo enfeite a decorar um quarto.

Se eu fosse uma árvore, seria alta, forte e com muitos galhos. Faria sombra e serviria de abrigo.

Se eu fosse uma fruta, seria uma suculenta maçã.

Se eu fosse uma flor, seria branca de vistosa, mas nasceria no lodo.

Se eu fosse um clima, seria o clima de festa de reencontro de amigos de longa data.

Se eu fosse um instrumento musical, seria um violão a dedilhar suaves canções de ninar e doces serenatas.

Se eu fosse um elemento, seria o elemento surpresa.

Se eu fosse uma cor, seria todas ao mesmo tempo.

Se eu fosse um animal, seria um bem furtivo, para observar as belas damas sem ser percebido.

Se eu fosse um som, seria a voz que clama por justiça.

Se eu fosse uma letra de música, seria sincera nos sentimentos e com uma letra feia como a minha.
Se eu fosse uma canção, seria um hino.

Se eu fosse um estilo de música, seria folk.

Se eu fosse um perfume, seria um natural de cheiro de rosas.

Se eu fosse um sentimento, seria a alegria.

Se eu fosse um livro, seria um de bolso. Leve e prático para estar sempre junto de você sem ser um estorvo.

Se eu fosse uma comida, seria saudável e saborosa.

Se eu fosse um lugar, seria o dos sonhos.

Se eu fosse um gosto, seria salgado.

Se eu fosse um cheiro, seria o aroma que faz lembrar pessoas agradáveis.

Se eu fosse uma palavra, seria uma de conforto.

Se eu fosse um verbo, seria um mal conjugado. Só para ser refeito por suaves mãos de belas damas.

Se eu fosse um objeto, seria um objeto de desejo.

Se eu fosse uma roupa, seria uma peça íntima feminina.

Se eu fosse uma parte do corpo, seria a pele que cobre todo o corpo, que é esfregada nas carícias e que mergulha no mais íntimo em busca de prazer.

Se eu fosse uma expressão, seria matemática.

Se eu fosse um desenho animado, seria divertido.

Se eu fosse um filme, seria inteligente.

Se eu fosse uma forma, seria uma que se ajustasse ao corpo do meu amor.

Se eu fosse uma estação, seria o outono.

Se eu fosse uma frase, seria amo você.

Assim terminei ao desafio. Só nesse momento eu percebi que o livro era realmente belo. Tinha uma cor verde que parecia brilhar naquele imenso cenário cinza de pesadelo no qual eu estava instalado. Seus detalhes prateados e os contornos e formas que existiam no livro, pareciam ganhar vida e eu podia compreender que aquele livro fazia parte de algo realmente grande e mágico. Entreguei o livro ao mensageiro, mas pedi para que ele não se revelasse e então me levantei, bati a mão nas vestes e tomei o caminho de volta para a casa.

sábado, 1 de março de 2008

Mostrando a cara



Bem aí estou eu.... Estou sem criatividade no momento ^_^