segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Palhaço Triste

O mundo segue adiante
indiferente ao sentimento alheio
Caos, miséria, fome, violência
Desespero, dor, tristeza
O mundo se farta
no cálice amargo
que me serviu de alimento
desde meu nascimento

Sob o manto da noite
as vozes inocentes
clamaram socorro
Seus corações pulsavam temerosos
Convidativos
Como o rufar dos tambores da guerra

Um anjo?
Esta palavras me fizeram chorar
E novamente eu chorei
Quando por estas vítimas
de demônio fui chamado

Da noite eu conheço a solidão
Alvo dos disparos cruéis
dos olhos pálidos que me negam
Da noite eu conheço
o vazio de existir
Não tendo carne nem sangue
Numa imitação de vida
Num brinquedo caricato
Feito de tristeza
Que sorri feito um palhaço